02 junho, 2011

Beleza, Dinheiro e Poder a trilogia da Sociedade Consumista.



Mutilar, cortar, arrancar, injetar, aplicar, sugar,aspirar, eliminar, diminuir, reduzir, adicionar, colocar, implantar, enxertar, paralisar,  esses são alguns dos verbos que compõe o vocábulo da industria da beleza. Mas a grande pergunta é o que você é capaz de fazer em nome da beleza?  
Bem eu não sei o que você é capaz, mas sei que eu sou capaz de bem pouco, tenho um limite para futilidades e vejo que sou uma das poucas pessoas com esse limite preestabelecido, em particular eu não seria capaz de cometer nenhuma loucura em nome de uma beleza irracional, e impossível de ser alcançada. Muito embora pessoas que pensam como eu não componha toda a população (infelizmente rsrs)  a grande maioria não consegui identificar os limites pessoais e racionais em busca da tão sonhada beleza total.

O que vem a ser beleza irracional?
Eu explico:  Beleza que não pode ser atingida, que nunca será satisfatória, por mais mudanças e detalhes modificados no corpo,essa beleza nunca será atingida, deixará sempre a sensação de que está faltando algo para completar o quadro. Gerando uma obsessão, que precisa ser alimentada a todo custo. Fato que vai se tornando quadro patológico.   

A busca por essa beleza é algo novo?
Não, Todo ser humano gosta de sentir-se bonito e isso atravessa o tempo, o culto a beleza está destacado em diversas culturas, e está normalmente ligada ao poder, os poderosos sempre buscaram ser belos, pois a beleza é um dos fatores de atração da maioria, partindo dessa idéia fomos criando essa personalidade surrealista em busca de uma beleza divina que nos “proporcionara” o poder de atração social.

Cleópatra ficou conhecida como uma das mulheres mais bonitas do passado e sabe-se que ela utilizava técnicas nada comuns para se manter divinamente bonita. Até a mitologia grega trás em sua historia o conto sobre Narciso um homem que dava tanto valor a beleza que se apaixonou por sua própria imagem. Os romanos em especial, foram uma sociedade que cultuava a beleza ao extremo.  
Ao longo da historia da humanidade temos relatos de reis e rainhas que se utilizavam de todos os tipos de artifício em nome de uma beleza só alcançada pela realeza (fato que diferenciava, pobre e ricos) a realeza tinha acesso a roupas bem feitas, maquiagens e seus próprios barbeiros e especialistas em estética rela. Isso causava um desejo por obter esses bens de consumo na população plebéia, muitos tentavam, roubar ou se utilizavam de tentativas desonestas com a única finalidade de poder usufruir dos bens que proporcionavam a beleza e o luxo real. 
 
Sabendo disso podemos perceber que beleza, o poder e o dinheiro estão interligados num ciclo consumista e discriminatório, como sempre na historia da sociedade quem tem dinheiro dita as regras e podemos ver de onde vem essa idéia consumista de poder e imagem que ao contrario do que pensamos não é nada nova, vem de muito antes do século XXI.
Depois dessa passagem na Historia e voltando ao presente, acredito que a coisa desandou de vez nesse século, em nome dessa beleza louca, nessa busca insano por parecer com a moça da Tv, esquecemos que essa, não tem aquele tom de pele, não tem aquela cintura, não tem daquele bumbum perfeito e redondo, não tem aquele seio volumoso e o melhor durinho daquele jeito, aquele rosto todo lisinho e sem nenhuma ruga ou manchinha. Esquecemos que tudo aquilo é montado, organizado, criado e exibido por um curto espaço de tempo, a moça da Tv é tão imperfeita quanto eu e você (não tão gorda, afinal ela se nega a comer para manter ao menos esse estereótipo), mas no restante não existe essa Barbie.

Para que você possa ver a moça da Tv com todo aquele glamour, foram necessário horas de  bronzeamento artificial, para a pele chegar num tom brilhante e corado (queimada por leiser na verdade e fabricando câncer), para garantir aquele rosto lizinho foram necessário quilos de maquiagem  + uma boa ação do fotoshop (sem contar as dolorosas aplicações de botox), não esquecendo de dizer que sem silicone ou um bom sutiã de enchimento aqueles seios nunca seriam tão bem feitos ( a não ser que a moça da Tv seja um menina de 15 anos interpretando uma mulher adulta), e lógico aquela cintura fina e delineada que passou por uma dolorida e demorada lipoaspiração (mesmo com risco de morte)  não estaria ali tão perfeitinha, quem sabe se retirássemos o modelador (feito pelo Dr. Ray) será que o bumbum continuaria tão redondo??

Então eu realmente não sei o que você seria capaz de fazer em nome dessa beleza impossível de ser atingida, pelo fato que justifica em si só ela não existir, não num humano comum. Só sei que eu faria muito pouco, ou quase nada.      
Comente pelo Blogger
Comente pelo Facebook
Comente pelo Google+

Um comentário:

  1. Participei de uma blogagem coletiva ontem, onde usamos um texto de Hebert Vianna que fala :Uma coisa é saúde outra é obsessão. O mundo pirou, enlouqueceu. Hoje, Deus é a auto imagem.
    Religião, é dieta. Fé, só na estética. Ritual é malhação.
    Amor é cafona, sinceridade é careta, pudor, é ridiculo, sentimento é bobagem.
    Gordura é pecado mortal. Ruga é contra venção. Roubar pode, envelhecer, não.
    Estria é caso de policia. Celulite é falta de educação. Filho da puta bem secedido é exemplo de sucesso.

    é nisso que o ser humano se resume superficil, apatico ao que interessa e vai levando a vida assim...

    ResponderExcluir

Obrigado pela visita.
Deixe comentário contando o que achou da matéria.
Caso seja blogueira deixei seu link para Eu retribuir a vista.
Bjo da gorda Milly Costa